Um dos principais textos do dramaturgo amazonense Sergio Cardoso, “Carmem de Lazone” ganhou uma nova adaptação a partir de quatro óticas de grupos de alunos da disciplina Direção 1, ministrada por Jorge Bandeira, no curso de Teatro da Universidade do Estado do Amazonas (UEA). A montagem integra a programação da mostra “Ocupa Esat” e a apresentação está marcada para o dia 3 de dezembro, às 19h, no prédio da Escola Superior de Artes e Turismo (Esat/UEA), localizada na avenida Leonardo Malcher, 1.728, bairro Praça 14 de Janeiro, na Zona Sul de Manaus. A entrada é franca.
Para “Carmem de Lazone” foram divididos quatro núcleos que juntos compõem o espetáculo como um todo. A partir de muitas experimentações, cada grupo optou em trabalhar com uma linguagem teatral distinta. Por exemplo, em sua equipe o diretor Felipe Maya Jatobá, 22, decidiu explorar uma vertente mais sensorial.
“A partir dos experimentos cênicos que foram feitos, nós decidimos trabalhar com a psicologia desses personagens e com a forma que afetam a própria plateia dentro da encenação. O trabalho do Sergio Cardoso traz uma narrativa não contínua, então deixa em aberto diversas formas de explorar a dramaturgia e isso facilita o nosso trabalho dentro da encenação”, declarou.
Inspirada em uma mulher real, “Carmem” apresenta uma figura feminina e seu amante que são habitantes das ruas perigosas e envolventes do Centro Histórico de Manaus. As trilhas do desespero levam Carmem ao exercício declaratório da memória sociopolítica cultural da cidade, passando por sua trajetória de vida, desde o final dos anos 1950 até março de 1990, mês e ano de sua morte.
“Procurei fazer uma linguagem mais híbrida, relacionando tecnologias, como a projeção, e estimulando os sentidos do público, fazendo que não seja apenas um expectador passivo. Queremos que a plateia sinta o cheiro e escute, trabalhando os sentidos como o olfato e o tato”, adiantou o diretor Cairo Vasconcelos.
Na sua primeira experiência como diretora, Daniely Lima, 22, quis explorar a linguagem teatral besteirol, até mesmo por ter uma grande afinidade e paixão por comédia. “Quis levar mais para a linha do besteirol porque vejo ‘Carmem de Lazone’ como uma tragicomédia. O que mais entendi do texto foi o lado cômico e, já que gosto disso, levei para esse lado”, disse ela, acrescentando que utilizou dois livros em seu trabalho com o elenco, sendo um de Viola Spolin e outro de Stella Adler.
Ao contrário de Daniely, a diretora Thita Figueiredo, 59, se “jogou” com tudo no drama. “Explorei o drama dos personagens. Foquei mais na parte que a Carmem está com um surto maior dentro da peça, mas todos os personagens caminham para o drama. A minha intenção é emocionar o público através desse sentimento que a Carmem demonstra nesse trecho da minha direção”, explicou.
A mostra “Ocupa Esat” é uma forma de repúdio contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC 55/2016) que limita os gastos públicos pelos próximos 20 anos à correção da inflação do ano anterior. A programação completa da mostra e as outras ações do movimento estão disponíveis na página “Ocupa Esat” no Facebook.
Agenda Qual a Boa
O que é: apresentação do espetáculo “Carmem de Lazone”
Quando: Dia 3 de dezembro, às 19h
Onde: Escola Superior de Artes e Turismo (Esat/UEA), av. Leonardo Malcher, 1.728, Praça 14 de Janeiro
Quanto: Gratuito