O delegado da Polícia Civil (PC), Mário Mello, preso durante operação nesta quinta-feira, 21, deflagrada pela Polícia Federal (PF), foi candidato a prefeito nas Eleições 2024 no município de Urucurituba, no interior do Amazonas. Mello perdeu o pleito. Ele foi detido hoje suspeito de liderar esquema criminoso envolvendo suposta venda ilegal de bens apreendidos, como madeira e cassiterita, além de pagamento de propina e lavagem de dinheiro no município de Humaitá.
A Operação Triunvirato foi realizada pela Polícia Federal (PF) com ações simultâneas em Manaus, Itacoatiara e Humaitá. O secretário de infraestrutura, Edvaldo Meireles, e de um advogado também foram alvos da ação.
A investigação revelou um esquema de corrupção que contava com a suposta participação do delegado de Polícia Civil, do Secretário Municipal de Infraestrutura e um advogado. Segundo a PF, os envolvidos utilizavam-se de suas posições de confiança para desviar e comercializar bens apreendidos pela Polícia Rodoviária Federal e que eram encaminhados à Delegacia da Polícia Civil em Humaitá.
Ainda conforme a PF, os proprietários dos carregamentos apreendidos, através do advogado alvo da operação, realizavam pagamento de propina, parte do qual era destinado ao Delegado de Polícia investigado, com o fito de reaver seus bens.
Para garantir o sucesso da empreitada criminosa, além de ludibriar o Ministério Público e o Poder Judiciário, a Polícia Federal informou que os envolvidos simulavam a destinação das apreensões à Secretaria Municipal de Obras em Humaitá, em conluio com o secretário da pasta.
O trabalho investigativo apontou, ainda, a venda ilegal de aproximadamente três toneladas de cassiterita, minério responsável para produção de estanho, os quais também estavam sob custódia da Polícia Civil.
Entre os métodos fraudulentos, destacava-se a utilização de empresas de fachada para ocultar a origem dos valores ilícitos. O esquema gerou prejuízos significativos ao patrimônio público e ao meio ambiente.
Foram cumpridos 11 mandados de busca e apreensão e 1 mandado de prisão preventiva expedido em desfavor do Delegado de Polícia Civil, além da determinação de sequestro de bens, que totalizam aproximadamente R$ 10 milhões, valores estes obtidos pelos criminosos. As ações ocorreram simultaneamente em Manaus/AM, Itacoatiara/AM e Humaitá, visando a coleta de provas e a desarticulação completa do grupo.
Os envolvidos responderão pelos crimes de peculato, corrupção passiva e lavagem de dinheiro, com penas que poderão chegar a 34 anos de reclusão.
(*) Com informações da Assessoria
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