A polícia ouve, nesta sexta-feira (6), mais um jovem suspeito de integrar o grupo conhecido como “Bonde dos Mauricinhos”, que cometia vandalismo em Manaus. Joaquim Rodrigues do Nascimento é o quarto envolvido a ser ouvido na sede do 1º Distrito Integrado de Polícia (DIP), centro da capital.
Entre 27 de novembro e 2 de dezembro, a polícia ouviu outros três suspeitos: Pedro Henrique de Carvalho Baima, Enrick Benigno Lima e Marcos Vinícius.
O grupo aparece em vídeos atirando, destruindo comércios e agredindo moradores em situação de rua. O inquérito segue em andamento, e a polícia ainda ouvirá mais dois suspeitos antes de finalizar a investigação.
Kaio Valo e Enzo Benigno, são os outros dois investigados. A polícia não informou de que forma ocorriam as participações dos jovens, de idades não divulgada, nas ações da quadrilha, nem por quais crimes eles estão sendo indiciados. O g1 questionou a Polícia Civil do Amazonas (PC-AM), mas até o fechamento desta reportagem, não obtivemos resposta.
O caso ganhou repercussão após Pedro Henrique Baima, Enrick Benigno Lima, ambos de 20 anos, e Marcos Vinícius Mota da Silva, de 18 anos, viralizarem na internet em vídeos com cenas de vandalismo cometidas pelo grupo nas ruas da capital amazonense, aterrorizando moradores.
Segundo a Polícia Civil do Amazonas (PC-AM), o grupo saia pelas ruas causando destruição e violência. Nos vídeos, eles são vistos jogando bebida em pessoas em situação de rua, participando de rachas em ruas residenciais e disparando tiros para o alto.
Ainda em outubro, o trio teve o pedido de prisão temporária aceito pela Justiça do Amazonas. Na ocasião, foi deflagrada a operação ‘Sangue Azul’, com o cumprimento de três mandados de busca e apreensão em residências relacionadas aos suspeitos. Durante a ação, eles não foram localizados e chegaram a ser considerados foragidos.
“Os policiais civis do 1º DIP realizaram diversas diligências e conseguiram apreender diversos equipamentos eletrônicos, que serão encaminhados ao Departamento de Inteligência de Polícia Judiciária (DIPJ), da Polícia Civil, para que operacionalizar a quebra de sigilo de dados telemáticos”, falou o delegado Cícero Túlio.
No dia 23 de outubro, a banca de advogados que representa os jovens tentou apresenta-los na delegacia, mas não foram recebidos por uma pauta de audiências que já haviam sido designadas na ocasião. Cícero Túlio informou que após a vedação do período eleitoral, que se encerrava em 30 de outubro, os jovens podem se apresentar normalmente.
No dia 29 de outubro, o Tribunal de Justiça do Estado do Amazonas (TJAM) decidiu revogar os mandados de prisão temporária de três jovens suspeitos. A decisão foi do juiz Rivaldo Matos Norões Filho, que também impôs medidas cautelares aos investigados.
Os advogados dos investigados argumentaram que a medida cautelar não se sustentava, uma vez que os réus tentaram se apresentar espontaneamente à polícia e não havia urgência na continuidade da prisão.
Os defensores destacaram, ainda, que todos os investigados possuem residência fixa e bons antecedentes, além de alegações de que os crimes investigados não são atuais.
“Esta defesa se mostra satisfeita, por ora, pela sensibilidade das autoridades em reconhecer a desnecessidade da medida extrema de prisão conforme norteiam os requisitos legais e precedentes jurisprudenciais, ressaltando que permanece à disposição de todas as autoridades competentes para colaborar com o deslinde deste caso”, disse a defesa por meio de nota.