MANAUS (AM) – Nos quatro primeiros anos de sua gestão, o prefeito de Manaus, David Almeida (Avante), gastou cinco vezes mais com publicidade e propaganda que com ações de segurança e defesa social, incluindo as atividades da Defesa Civil, órgão responsável pelo atendimento das ocorrências causadas pelas chuvas e outros desastres naturais.
De 2021 a 2024, foram R$ 530 milhões destinados para gastos em Comunicação (Semcom), enquanto Segurança Pública e Defesa Social (Semseg) teve somente R$ 103,7 milhões de orçamento para suas arcar com suas ações.
Chama atenção também o valor previsto para Turismo, Cultura e Eventos (Manauscult), que em quatro anos alcançou R$ 184,1milhões, enquanto a proteção do Meio Ambiente e a Sustentabilidade (Semmas) receberam pouco mais de R$ 86 milhões.
Veja também: Ministro do STF extingue processo e decide pela legalidade de eleição de Roberto Cidade
Uma das formas de avaliar as prioridades e desempenho da gestão pública é por meio da LOA (Lei Orçamentária Anual), que define as receitas e despesas do governo para o ano seguinte. Em outras palavras, é saber quanto terá de recurso e onde pretende gastar um prefeito, governador ou presidente da República
Analisando a LOA de cada ano, é possível notar que houve um salto significativo nos recursos destinados para Comunicação em 2023, ano que antecedeu as Eleições Municipais, saindo de R$ 87 milhões para R$ 185 milhões. O mesmo não aconteceu com outras pastas, o que pode indicar o uso abusivo da máquina pública para alavancar a gestão no período pré-eleição.
Evolução orçamentária
Em 2021, primeiro ano de mandato de David Almeida como prefeito de Manaus, ele herdou um orçamento de R$ 5,5 bilhões da gestão anterior. Já em 2024, quando se reelegeu prefeito de Manaus, Almeida teve um orçamento previsto na LOA superior a R$ 9 bilhões.
Gastos prioritários
Fora as pastas de Educação (Semed) e Saúde (Semsa) – que são os maiores gastos do município, mas contam com volumoso repasse de recursos do governo federal – as despesas prioritárias da gestão David Almeida oscilam entre as secretarias municipais de Finanças e Tecnologia da Informação (Semef), Previdência (Manausprev), Infraestrutura (Seminf), Planejamento Urbano (Implurb) e Limpeza Pública (Semulsp).
Nos últimos quatro anos, a Seminf gerenciou mais de R$ 2 bilhões de recursos, e a Semulsp foi responsável por administrar outros R$ 1,6 bilhão. Juntas, as secretarias respondem por demandas importantes da cidade e que impactam diretamente na qualidade de vida da população, como limpeza dos igarapés, asfaltamento, construção e manutenção das redes de drenagens, a fim de evitar alagamentos.
Entretanto, apesar do grande montante de recursos públicos recebidos, essas ações têm sido constantemente alvo de críticas da população manauara e, tanto a secretaria de Obras como a secretaria de Limpeza da prefeitura, são investigadas pela Polícia Federal e outros órgãos de controle por suspeitas de corrupção.
VIA PORTAL RIOS DE NOTÍCIAS
