A Universidade Federal do Amazonas (Ufam) publicou o vídeo resultado da pesquisa de dissertação de mestrado da jornalista Paula Litaiff sobre a luta das mulheres indígenas Kokama, especificamente das lideranças femininas no Parque das Tribos, em Manaus (AM). O material pode ser conferido no canal do YouTube do Programa de Pós-Graduação Sociedade e Cultura na Amazônia (PPGSCA) da instituição.
A dissertação intitulada “A luta pela conquista do poder feminino no Parque das Tribos: o corpo da mulher indígena como território de resistência” foi defendida no dia 3 de junho e aprovada com méritos pela originalidade temática e pertencimento político, segundo avaliação da bancada examinadora, conforme explicou a orientadora Iraildes Caldas. (Veja abaixo)
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A pesquisa acadêmica investigou como essas mulheres constroem processos de resistência diante das múltiplas formas de violência política, simbólica e de gênero. O Parque das Tribos é considerado o maior território indígena urbano da capital, localizado na Zona Centro-Oeste da cidade.
Durante a apresentação da dissertação, Paula Litaiff exibiu o vídeo documentário no qual abordou a fala e os momentos com as lideranças indígenas durante a pesquisa realizada no período de 2022 a 2025. No material, a cacique-geral Lutana Kokama narrou as várias violências sofridas.
Apresentação
A jornalista e diretora-geral da CENARIUM, Paula Litaiff, realizou a defesa da dissertação de mestrado, no dia 3 de junho deste ano, e teve a pesquisa aprovada. Estiveram presentes na banca examinadora as professoras Iraildes Caldas Torres, Ivânia Maria Carneiro Vieira e Marilene Corrêa da Silva Freitas. A defesa aconteceu no auditório Rio Negro, do Instituto de Filosofia, Ciências Humanas e Sociais (IFCHS), da Ufam.
A pesquisa mostrou como as lideranças de mulheres indígenas do Parque das Tribos, especialmente a cacica-geral Lutana Kokama, fundadora do bairro junto ao cacique Messias Kokama, morto em 2020 após contrair o vírus da Covid-19, constroem processos de resistência diante das múltiplas formas de violência simbólica, política e de gênero, tanto na localidade quanto nas relações com a sociedade e o poder público.
A cacica-geral esteve no momento da apresentação e se emocionou em vários momentos da defesa. Lutana afirmou que, durante toda a programação, passou um filme na cabeça relembrando a luta, a história e as conquistas que ela, como liderança indígena do Parque das Tribos, ajudou a conquistar.
Segundo Litaiff, a violência contra lideranças femininas ocorre tanto dentro do território quanto fora dele. “Essa violência simbólica não é só na parte interna do Parque das Tribos, mas se revela também no contexto urbano externo à comunidade, como demonstram os relatos de Lutana sobre o episódio em que teve que ficar completamente desnuda para ‘provar’ a oficiais de Justiça e policiais que era indígena, apontando para uma intersecção da opressão de gênero e raça”, disse Litaiff.
VIA CENARIUM