KLEITON RENZO, EDITOR DO RDA
O superintendente da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), Bosco Saraiva, afirmou nesta quarta-feira (10) que o aumento de tarifas comerciais anunciado pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros terá impacto “insignificante” para o modelo industrial da Zona Franca de Manaus (ZFM).
Segundo Saraiva, as exportações da ZFM para os EUA representam uma fração muito pequena do faturamento do polo industrial. “O volume exportado pela Zona Franca é pouco expressivo. Portanto, os efeitos diretos dessas tarifas são limitados. O importante neste momento é agir com cautela e prudência”, avaliou o superintendente.
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Bosco também destacou a importância da articulação diplomática do Brasil em cenários internacionais. “Confiamos na capacidade de negociação do governo federal e na condução do ministro [ministro e vice-presidente do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin]”, declarou.
As declarações foram dadas em meio ao anúncio do governo norte-americano de sobretaxar determinados produtos brasileiros, dentro de uma estratégia mais ampla de revisão tarifária sobre parceiros comerciais. Embora o impacto direto sobre o polo de Manaus seja limitado, o episódio acende alerta sobre os riscos de barreiras comerciais para o setor produtivo nacional.
‘TARIFAÇO’
O chamado “tarifaço” imposto pelos Estados Unidos ao Brasil consiste em uma nova tarifa de 50% sobre todos os produtos brasileiros exportados aos EUA, com início previsto para 1º de agosto de 2025. A medida foi anunciada pelo ex-presidente Donald Trump como retaliação política ao que classificou como uma “perseguição judicial” contra Jair Bolsonaro no Brasil, além de citar desequilíbrios comerciais e restrições à liberdade de expressão. A tarifa atinge todos os setores — de agronegócio a indústria — e se soma a outras barreiras já existentes, ampliando o impacto potencial nas exportações brasileiras.
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A reação do governo brasileiro foi imediata. O presidente Lula declarou que o Brasil recorrerá à Lei de Reciprocidade Econômica e adotará medidas diplomáticas e comerciais para responder à decisão americana. Especialistas alertam para os efeitos econômicos da medida, que já causou desvalorização do real, queda nas ações de empresas brasileiras com forte presença nos EUA e aumento da incerteza sobre o comércio exterior.