Manaus (AM) – Um dia após a proibição da instalação dos medidores aéreos pelo Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM), a concessionária Amazonas Energia voltou a realizar o serviço no bairro Parque 10, zona Centro-Sul de Manaus. Os vídeos de moradores protestando contra a empresa repercutiram e chegaram até os políticos, que encerraram a sessão plenária desta quarta-feira (29).
Os vídeos que circulam nas redes sociais mostram uma manifestação com faixas ao lado de carros da Amazonas Energia. Os trabalhadores foram até o local para realizar os serviços de instalação dos medidores, mas foram impedidos pela população. Após algumas horas, eles saíram do local, que também contou com o apoio da polícia.
Vale lembrar que, na última segunda-feira (27), a Câmara Municipal de Manaus (CMM) aprovou um Projeto de Lei para barrar a instalação dos medidores, e segue para sanção do prefeito. Já nessa terça-feira (28), a Justiça do Amazonas, em decisão do desembargador Lafayette Júnior, voltou a suspender a instalação após um pedido da Defensoria Pública.
Repercussão nas Casas Legislativas
Após os vídeos dos protestos dos moradores viralizarem nas redes sociais, vereadores e deputados comentaram o assunto e pediram para que os colegas parlamentares fossem até o local, uma vez que a instalação está proibida.
Na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), foi o deputado Sinésio Campos (PT), presidente da CPI da Energia, quem iniciou o debate. Durante a sessão, ele afirmou estar se retirando do plenário para que ele, e os demais deputados, fossem até o local.
“Vamos nos deslocar para o Shangrillá, tendo em vista que, neste exato momento, estão colocando medidores aéreos. Tem uma lei aprovada nessa Casa, tem uma lei na Câmara dos Vereadores, uma decisão do Tribunal de Justiça”, iniciou. O deputado também pediu apoio da Casa Militar e da Comissão do Consumidor, assim como também a Delegacia do Consumidor e o Procon.
“Vamos, juntos, barrar definitivamente essa empresa bandida que ousa continuar colocando medidor aéreo […] Quero pedir permissão da Casa e aos demais deputados para que possamos nos deslocar até lá, tendo em vista que tem uma lei!”, completou.
Após a fala do deputado, os deputados Wilker Barreto (Cidadania) e Mário Filho (União Brasil) concordaram em adiantar a sessão e ir até o local onde a concessionária estava tentando instalar os medidores. “A presença da Amazonas Energia, um dia depois de uma liminar da Justiça, é uma afronta à cidade, falta de respeito com a cidade”, disparou Barreto.
Já na Câmara Municipal de Manaus, o vereador Sassá da Construção Civil (PT), por sua vez, abordou na tribuna da sessão plenária que, mesmo após a Justiça proibir a instalação dos medidores aéreos, a concessionária Amazonas Energia continua insistindo em colocar os equipamentos.
“Venho agradecer a população de Manaus e à Casa. Através da decisão popular, a Justiça acatou e derrubou a instalação dos medidores”, disse. “Nossa luta, aqui, não é em vão. Só que, presidente [Caio André], mesmo com a Justiça derrubando a medida de instalar os medidores, eles [Amazonas Energia] estão a todo vapor na rua colocando, hoje, os medidores. Aí eles dizem que respeitam a ordem judicial, mas eles não respeitam. Eles não respeitam ninguém. Eles querem colocar de qualquer jeito”, completou Sassá.
O parlamentar pediu permissão ao presidente da Câmara, Caio André, para ir até a Universidade Nilton Lins, na qual, segundo o vereador, a empresa está tentando instalar os medidores e disse, ainda, que a empresa está brincando com a população.
“E como eu faço parte da Comissão com os vereadores, aqui, eu queria pedir permissão para representar a Casa para nós irmos lá, entregar o documento na mão deles. Os 41 vereadores votaram o projeto de lei; a Justiça derrubou a liminar para instalar os medidores, agora não pode instalar. Eu acho que eles têm que respeitar a população. E a Amazonas Energia, mais uma vez, não teve respeito por ninguém. Essa empresa parece que ‘tá’ brincando com as pessoas e com a população”, destacou.
Sassá afirmou também que a concessionária pode ter consequências pelo fato de estar insistindo em instalar os medidores. “Infelizmente, ela [Amazonas Energia] está brincando, e esse brinquedo pode custar caro ‘pra’ ela, porque ninguém mexe com a população”, afirmou o vereador.
Ele estendeu o convite aos colegas vereadores para irem até a faculdade para apoiar a população, que está reivindicando contra a instalação do Sistema de Medição Centralizado (SMC).
“Se for ‘pra’ rua mesmo, de forma legal […]. E eu vou estar do lado da população. Eu quero pedir permissão dessa Casa e quero convidar alguns colegas para ir até a população. Peço permissão do presidente para representar a Casa na Nilton Lins. Se alguns quiserem nos acompanhar para mostrar para a Amazonas Energia que nós estamos do lado do povo, do lado da verdade, e eles dizem que não tem ordem judicial, que não vale nada e o povo está dizendo que vai valer sim. Nós vamos, agora, apoiar o povo de Manaus. Todos estão unidos contra a Amazonas Energia, que não respeita ninguém!”, finalizou o vereador.
Via Agência AM1
