A Justiça do Amazonas condenou o apresentador José Siqueira Barros Júnior, conhecido como Sikêra Jr, por incitar e praticar discurso de ódio contra a comunidade LGBTQIAPN+. A decisão, proferida pela juíza Patrícia Macêdo de Campos, da 8ª Vara Criminal de Manaus, atendeu a uma denúncia apresentada pelo Ministério Público do Amazonas (MPAM) em 2021, após declarações polêmicas durante transmissões de seu programa televisivo.
De acordo com o MPAM, o apresentador proferiu declarações discriminatórias de forma deliberada, incitando hostilidade contra a população LGBTQIAPN+. Entre os episódios citados está a frase: “Já pensou ter um filho viado e não poder matar?”, dita em 18 de julho de 2021, além de ataques direcionados a uma campanha publicitária do Burger King que celebrava o Dia Internacional do Orgulho LGBTQIAPN+, exibida no mesmo período.
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Sikêra Jr foi condenado a dois anos de prisão em regime aberto, mas a pena foi substituída por medidas alternativas devido à sua condição de réu primário. Ele deverá prestar serviços à comunidade e cumprir recolhimento domiciliar noturno.
A decisão representa um marco na luta contra discursos de ódio em plataformas públicas. Para especialistas, a sentença reforça o compromisso da Justiça em combater manifestações de intolerância e garantir o respeito à dignidade de grupos historicamente marginalizados.
Embora a defesa do apresentador tenha a possibilidade de recorrer da decisão, o caso é mais um capítulo em uma trajetória marcada por controvérsias e críticas às declarações de Sikêra Jr, que frequentemente divide opiniões no cenário nacional.
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Organizações LGBTQIAPN+ e ativistas dos direitos humanos comemoraram o resultado, destacando a importância da responsabilização para o avanço da igualdade e do respeito às diversidades no Brasil.