Em uma sessão marcada por embates, a Câmara Municipal de Manaus (CMM) aprovou nesta terça-feira (25) os projetos de lei que autorizam o prefeito David Almeida (Avante) a contrair empréstimos de até R$ 2,6 bilhões junto a instituições financeiras até 2028.
A proposta, incluída na Mensagem nº 12/2025 do Poder Executivo, foi enviada à Casa Legislativa em regime de urgência na segunda-feira (24) e aprovada rapidamente, apesar da forte resistência da oposição.
Os vereadores da oposição tentaram barrar a votação pedindo mais esclarecimentos sobre o impacto financeiro do empréstimo. O vereador Paulo Tyrone solicitou um parecer da Controladoria do Município, enquanto Rodrigo Guedes defendeu a convocação de um perito para avaliar os efeitos do endividamento da cidade.
No entanto, o presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Redação (*CCJ), Gilmar Nascimento, rejeitou as exigências, argumentando que os pedidos não eram necessários para o andamento da matéria. Com isso, a base governista conseguiu garantir os votos necessários para a aprovação.
Além do empréstimo principal, os parlamentares também aprovaram um financiamento complementar de R$ 145,8 milhões junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), dentro do Programa de Modernização da Administração Tributária e da Gestão dos Setores Sociais Básicos (PMAT).
Oposição
O empréstimo bilionário gerou reações contundentes da oposição. O vereador Coronel Rosses (PL) criticou a proposta, alegando falta de transparência e destacando que o novo endividamento se soma à arrecadação anual de Manaus, estimada em R$ 10 bilhões.
Já o vereador Diego Afonso (União Brasil)afirmou que a gestão municipal prioriza inaugurações simbólicas em vez de investir em áreas essenciais, como drenagem e infraestrutura.
Com a aprovação na CMM, o Executivo municipal agora pode dar continuidade às negociações para a liberação dos recursos, o que deve gerar novos debates sobre o destino do dinheiro e os impactos do endividamento para a cidade nos próximos anos.