MANAUS – Maços de dinheiro foram encontrados em cofres do vereador Rosinaldo Bual (Agir), preso na manhã desta sexta-feira (3) pela Operação Face Oculta, do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) vinculado ao MPAM (Ministério Público do Amazonas), por suspeita de ‘rachadinha’ na Câmara Municipal de Manaus. A contagem será feita com máquinas contadoras de cédulas.
O parlamentar se recusou a fornecer as senhas e bombeiros utilizaram um cortador mecânico para abrir os três cofres apreendidos, sendo um da casa dele, outro encontrado em um sítio e mais um levado da casa da mãe do vereador.
O Gaeco pediu o bloqueio de R$ 2,5 milhões das contas bancárias do vereador. Os agentes apreenderam também dois cheques, um do valor de R$ 250 mil e outro de R$ 300 mil, além de celulares, documentos, computadores e joias.
“Ele tinha uma alta rotatividade entre os funcionários que eram contratados pelo gabinete. Nós investigamos 50 funcionários em que metade do salário deveria ser retornado a ele. O dinheiro ia primeiramente para quatro a cinco pessoas da equipe dele e depois era revertido em benefício do parlamentar”, disse Leonardo Tupinambá, coordenador do Geco no Amazonas.
Segundo Leonardo Tupinambá, uma assessora do vereador, também detida, articulava o recebimento de valores e a distribuição. “Há suspeita também de que o dinheiro era para uso de agiotagem”, disse o procurador.
Foram cumpridos 17 mandados de busca e apreensão e dois mandados de prisão. Conforme Leonardo Tupinambá, Rosinaldo Bual é investigado por peculato, concussão e lavagem de dinheiro e organização criminosa. Bual também responderá por posse ilegal de arma de fogo.
Rosinaldo Bual foi eleito vereador pela primeira vez em 2016 com 3.822 votos pelo PSB. Em 2020, conquistou a reeleição com 5.274 votos pelo PMN. Nas eleições de 2024, garantiu seu terceiro mandato como vereador, desta vez pelo partido Agir, com 7.892 votos.
Atualmente ele é presidente da Comissão de Transporte e Mobilidade Urbana da CMM.