A seca severa nos rios do Amazonas já afeta mais de 461 mil pessoas e 115 mil famílias em todo o Estado, segundo o boletim sobre a estiagem divulgado nessa quinta-feira, 12, pela Defesa Civil, órgão do governo estadual. Por conta da vazante, o governador Wilson Lima declarou situação de emergência para todos os 62 municípios amazonenses.
Além disso, como parte das ações de enfrentamento à estiagem, 178 prisões e detenções por crimes ambientais já foram realizadas em operações deflagradas em todo o Amazonas.
Para atender as famílias afetadas, o governo também já instalou 31 purificadores de água, sendo 10 deles direcionados para a calha do Alto Solimões, além de enviar 100 caixas d’água para melhorar o acesso à água potável.
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Nessa quinta-feira, foram enviados 460 volumes de medicamentos e insumos para quatro municípios da calha do Rio Madeira, sendo Manicoré, Novo Aripuanã, Nova Olinda do Norte e Borba. Foi enviado também 180 volumes para o município de Juruá, da calha do Juruá.
Até o momento, foram enviadas 200,3 toneladas de medicamentos e insumos para os municípios das calhas dos rios Madeira, Juruá, Purus e Alto Solimões. Uma usina de oxigênio foi instalada no município de Envira e cerca de 200 volumes de medicamentos e insumos foram enviados para o município de Fonte Boa.
Queimadas
Segundo o governo estadual, o Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam) já realizou 384 embargos, totalizando 18.998,9382 hectares de áreas embargadas. Foram aplicadas multas no valor de R$ 135,6 milhões, 354 autos de infração e 51 termos de apreensão lavrados, além de 178 detenções realizadas.
De junho até o dia 11 de setembro, mais de 13 mil focos de incêndio foram combatidos pelo Corpo de Bombeiros Militar do Amazonas (CBMAM). Sendo, 1.341 incêndios na capital e 11,9 mil no interior do estado.
Essas iniciativas fazem parte da Operação Estiagem 2024, a partir do Comitê instituído pelo governador Wilson Lima, no dia 5 de julho.
Cenário
No Amazonas, a seca severa tem mudado o cenário dos municípios e impactado o dia-a-dia da população que necessita se deslocar pelos rios como meio de subsistência.
Em Tefé (a 521 quilômetros de Manaus), já é possível observar o surgimento de bancos de areia se formando no Rio Tefé, por conta da falta da água. Imagens aéreas obtidas pela reportagem mostram que, em meio à fumaça, as embarcações, que são os principais meios de transporte da população local, ficam até mesmo impossibilitadas de avançar com a vazante extrema.
Em Manaus, a seca também alterou a paisagem da orla da cidade, com o surgimento de mais bancos de areia. Ainda por conta da vazante, o local onde as embarcações costumavam atracar já não é mais o mesmo, já que elas são forçadas a se afastarem e ficarem cada vez mais longe.