O fim da Zona Franca, criada para desenvolver a região amazônica e integrá-la ao restante do país, poderia trazer graves consequências como a abertura para o crescimento do narcotráfico no Amazonas. A possibilidade foi descrita pelo prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto (PSDB), reforçando que há razões nacionais e internacionais para se manter a floresta em pé. “A Zona Franca é a principal fiadora desse compromisso”, observou em nova publicação no Facebook.
“Afinal, o mundo, sobretudo neste tempo de aquecimento global, jamais se conformaria com uma governança insensata sobre uma região de real e inegável relevância planetária. Sem contarmos que a falência do Amazonas muito possivelmente empurraria fartos contingentes de desesperançados para as fileiras do narcotráfico”, alertou Arthur, que vem fazendo uma série de manifestações que tratam da dificuldade de muitos brasileiros de entender os possíveis resultados catastróficos que o país enfrentaria com a extinção do modelo.
“O resultado seria o avanço de desesperados sobre a floresta com consequências funestas: alteração do regime de chuvas no Brasil inteiro, desajuste nos nossos dadivosos rios, crise econômica, diplomática e mesmo militar entrando na agenda da nação. Manaus viraria porto de lenha, os estados da Amazônia Ocidental mais Amapá perderiam muito, a proteção das fronteiras se vulnerabilizaria”, complementou.
Arthur lembrou que a Organização Mundial do Comércio (OMC) reconhece o papel ambiental do Polo Industrial de Manaus e com esse reconhecimento é impossível o Brasil pensar diferente. Para manter a Zona Franca é necessária uma reforma em sua infraestrutura e “não de cálculos frios cotejando custo de emprego com incentivos fiscais”, comentou.
O crime ambiental em Mariana (2015) e Brumadinho (2018), ambos em Minas Gerais, foi citado pelo prefeito Arthur como exemplo do que uma fiscalização deficiente e desrespeitosa ao meio ambiente pode causar à população. “Imaginem agora se o que aconteceu com Brumadinho se desse na Amazônia, sob a forma de desmatamento desvairado. Imaginem! Simplesmente não teria volta”, alertou.
A Zona Franca, um território internacional dentro de uma área nacional, é a principal financiadora para manter a floresta em pé, ainda, de acordo com Arthur. “Tratar o Polo Industrial de Manaus como se ele fosse uma sanguessuga fútil e oportunista de subsídios, seria equívoco imperdoável”, ponderou.
Em seu artigo, Arthur usou como exemplo o erro que seria a fusão dos Ministérios da Agricultura, que possui resultados excepcionais no agronegócio e Meio Ambiente, que tem como missão coibir excessos e indicar os caminhos da sustentabilidade. Fusão que posteriormente foi recuada pelo presidente Jair Bolsonaro, adotando uma posição justa.
“O mesmo precisa acontecer em relação à Zona Franca. Aprendamos todos enquanto tal é possível. Enquanto a bola está conosco. Enquanto os dados ainda estão rolando. Enquanto a marcha da insensatez ainda pode ser detida”, finalizou.
Link da publicação:
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