Dos nove govenadores da Amazônia Legal, dois se manifestaram sobre a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por tentativa de golpe de estado e outros quatro crimes. Nas redes sociais, Wilson Lima, do Amazonas, e Mauro Mendes, do Mato Grosso, criticaram a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), ambos afirmando que não há provas dos crimes imputados a Bolsonaro.
Wilson Lima expressou indignação com a condenação. Segundo ele, a decisão do STF foi injusta e o julgamento foi político, condenando o ex-mandatário da República por crimes sem provas. O governador ainda afirmou que a decisão do STF será “lembrada como um momento delicado para a nossa democracia“.
“A injusta condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro pelo Supremo Tribunal Federal é lamentável. Bolsonaro foi um líder que governou com honestidade e proximidade com o povo brasileiro. Ele foi vítima de um julgamento político que o condenou sem provas e, principalmente, sem crime“, declarou.
Mauro Mendes também se posicionou sobre o caso, destacando que, da sua perspectiva, não houve crime por parte do ex-presidente “Eu não vi, e nenhum brasileiro viu, o presidente Bolsonaro cometer nenhum tipo de crime. Olha, é momento triste da história do país. Isso continua a polarização, continua essa briga ideológica“, disse Mendes, que também fez uma crítica ao que considerou ser um julgamento político.
“E eu vi que aquilo foi mais julgamento político, segundo os grandes juristas que eu vi, alguns equívocos foram cometidos, e é mais capítulo que continua dividindo o Brasil“, declarou o governador, questionando a continuidade das polêmicas políticas enquanto problemas econômicos seguem sem solução.
“O Brasil fica discutindo todas essas polêmicas, enquanto isso a dívida pública cresce, o juros está sufocando a economia, a Previdência continua tendo déficits históricos, e isso não se discute no País“, disse ele.
Mendes ainda defendeu a ideia de anistia para aqueles envolvidos em atos considerados criminosos, como os que ocorreram em 8 de janeiro. “As pessoas do 8 de Janeiro, por exemplo, fizeram algo errado? Fizeram sim. Mas eu já vi muitas vezes o MST [Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra] invadir o Congresso Nacional, quebrar, depredar prédios públicos no Brasil inteiro, e eu nunca vi ninguém preso, condenado a catorze, dezessete anos. É isso que precisa mudar“, concluiu.
Condenação
A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, nessa quinta-feira, 11, condenar Jair Bolsonaro (PL) a 27 anos e 3 meses no julgamento da trama golpista. Pela primeira vez na história do Brasil, um ex-presidente foi condenado por golpe de Estado.
Por 4 votos a 1, os ministros condenaram o ex-presidente e sete aliados pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado por violência e grave ameaça e deterioração de patrimônio tombado.
Foi aplicada ainda a inelegibilidade de oito anos a todos os condenados, a partir do término da pena. Bolsonaro já estava impedido de disputar eleições até 2030 em razão de condenações por abuso de poder na Justiça Eleitoral. Com a condenação desta quinta, ele fica inelegível até 2060.
VIA REVISTA CENARIUM