Militares próximos ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) orientaram e financiaram golpistas que realizaram manifestações pelo Brasil pedindo um golpe militar e contrários ao resultado das eleições de 2022.
Os indícios dessa orientação e desse financiamento foram revelados pela Polícia Federal em investigação que culminou na operação Tempus Veritatis, deflagrada nesta quinta-feira (8/2) com o cumprimento de mandados de prisão e busca. Um dos alvos é Bolsonaro.
“A representação noticia a realização de reuniões por integrantes civis do governo federal e militares da ativa para encaminhar orientações aos manifestantes de como agirem, locais de atuação, além de financiarem e respaldarem suas ações, por meio da Forças Armadas”, diz trecho da decisão do ministro do STF, Alexandre de Moraes ao citar representação da PF.
Conversas entre militares
Nas conversas por mensagem descobertas pela Polícia Federal, o major Rafael Martins e Mauro Cid falam sobre a necessidade de recursos financeiros entre os dias 14 e 15 de novembro.
Em 14 de novembro, Cid fala sobre uma “estimativa” para trazer apoiadores, com custo de alimentação, estadia e outros gastos e cita o valor de R$ 100 mil, sobre o qual Martins concorda.
No dia seguinte, é encaminhado para Cid um documento protegido por senha intitulado “Copa 2022”, em que estaria “com as necessidades iniciais”. O major orienta Cid a apagar o documento posteriormente e reitera que o valor pedido é R$ 100 mil.
Para a PF, o major Rafael atuou diretamente no direcionamento dos manifestantes para alvos de interesse, além de realizar a coordenação financeira e operacional para dar suporte aos atos antidemocráticos.
A reportagem tenta contato com as defesas de Rafael e Cid. O espaço segue aberto.