Localizada na zona rural, a cerca de dez quilômetros da cidade de Manaus, a Comunidade Nossa Senhora do Livramento, no rio Tarumã, que integra a Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Tupé, possui mais de 300 famílias e cerca de 600 moradores, muitos deles indígenas. Eles enfrentam diariamente a preocupação com as consequências da seca extrema e a ausência de políticas públicas para o território. Assim, a candidata à vereança, Michelle Andrews (PCdoB), junto com o Coletivo Manaus em Movimento, esteve na localidade no dia 08/09 para ouvir as demandas da comunidade, que vão desde a falta recorrente de energia até a falta de água potável, passando pela pouca assistência de saúde e a falta de infraestrutura.
“As comunidades ribeirinhas são historicamente esquecidas. Precisamos de um plano efetivo que traga dignidade, com políticas públicas que alcancem todos os cantos de Manaus”, afirma Andrews, que dialogou abertamente com os comunitários, debatendo as deficiências nas políticas públicas municipais voltadas às comunidades ribeirinhas e apresentando soluções concretas para melhorar a vida dessas populações. A comunidade foi fundada em 1970 e até hoje não tem acesso à água potável nem à rede de esgoto.
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Michelle, que já tem forte atuação junto às periferias e áreas rurais da cidade, destaca que as comunidades ribeirinhas enfrentam uma série de desafios, como a falta de infraestrutura básica, acesso precário à saúde e educação, e pouca representatividade no poder legislativo.
“Nosso compromisso é construir uma Manaus que seja de fato inclusiva e representativa. Não é aceitável que essas comunidades sejam sempre deixadas de lado nas discussões municipais. Vamos lutar para que todos os direitos garantidos na cidade alcancem também quem vive às margens dos rios”, conclui Andrews.
Uma das pautas defendidas pela candidata aos moradores é a elaboração de um plano de ação, com a ajuda de pesquisadores, professores, estudantes, ativistas, profissionais da área e comunidades ribeirinhas. Esse plano inclui um estudo que possibilite ações viáveis e emergenciais, assim como um planejamento a curto e a longo prazo.
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Uma das propostas é realizar uma audiência pública com participação dos moradores, pesquisa e mapeamento que contemple a limpeza dos igarapés, a transformação da cidade em um lugar mais sustentável e, principalmente, a inclusão e escuta das pessoas, das comunidades ribeirinhas e indígenas sobre as demandas reais. Além disso, será feito um levantamento sobre as pesquisas existentes para entender o motivo da ausência de iniciativas que não ocorram apenas durante o período de estiagem.
Debater as questões ambientais é entender que existem pessoas nessas regiões e que elas precisam interagir com esse território. “Esse território está sendo tomado por uma estiagem e por uma fumaça que é criminosa”, conclui Michelle.
“Precisamos dialogar com a floresta. Estamos em uma floresta, mas fizemos um buraco no meio dela. A gente não dialoga com a floresta, então faremos isso no primeiro ano de mandato, encontrando a raiz dos problemas existentes nas questões ambientais, que vão desde igarapé e corredor ecológico até hortas comunitárias, agricultura familiar, turismo de base comunitária e trabalhadores da cultura que abordam questões ambientais, como os Artistas Pelo Clima. É isso que queremos”.
A candidata também ressalta que o caderno de propostas focado nas questões climáticas é de produção coletiva e livre, permitindo que qualquer candidato, tanto do executivo quanto do legislativo, copie as propostas, pois as pautas devem ser comuns para as eleições municipais.