MANAUS (AM) – Após conclusão do inquérito realizado pela Polícia Civil do Amazonas (PC-AM), o Ministério Público do Estado (MP-AM) denunciou a blogueira e empresária Cileide Moussallem à Justiça por ameaça de morte contra a jornalista Paula Litaiff. A denúncia foi apresentada pela promotora de Justiça Carla Santos Guedes Gonzaga, baseada em provas materiais, documentais e em depoimentos. A reportagem é da Revista Cenarium.

O documento foi assinado no dia 27 de março deste ano e denuncia a blogueira pelo cometimento dos crimes previstos nos artigos 139 (Difamação), 140 (Injúria) e 147 (Ameaça). O MP, por meio da promotora de Justiça Carla Santos, ainda optou por não oferecer acordo à empresária pelo motivo de que Cileide Moussallem já possui outros processos na Justiça. (Veja o documento abaixo)
A denúncia aponta que, em 11 de novembro de 2024, Cileide Moussallem Rodrigues “injuriou, difamou e ameaçou” Paula Litaiff e suas filhas, de 10 e 9 anos, por meio de grupo de WhatsApp ao proferir declarações como: “Essa doente mental vai pagar caro”, “Ela vai ter o que merece” e “Meus filhos te acharão até no inferno”.
Conta também, na denúncia, que foram realizadas tentativas de notificações à Cileide Moussallem para prestação de depoimento em uma unidade policial, mas a mesma não foi localizada.
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Após a formalização da denúncia pelo MP-AM, o juiz responsável pelo caso avaliará a sua admissibilidade. Se entender que há indícios de autoria e prova da materialidade do crime, a receberá, tornando a denunciada ré na Justiça.
Inquérito
Em janeiro deste ano, a Polícia Civil do Amazonas (PC-AM) indiciou a blogueira Cileide Moussallem, proprietária do blog CM7, pelos crimes de injúria, difamação e ameaça contra Paula Litaiff, diretora-geral da REVISTA CENARIUM.
A materialidade dos delitos foi concluída pelo delegado Henrique Brasil Couto Batista, titular da Delegacia Especializada em Repressão aos Crimes Cibernéticos (Dercc), no âmbito do Inquérito Policial 1683/2025 – DERCC/PC-AM. Assim como alegado pelo MP-AM, a autoria e existência dos crimes citados foram constatados após a investigação, com depoimentos de testemunhas e outras provas.
“Diante do exposto, restando assim provada, os indícios de autoria e existindo provas de materialidade do delito, consoante aos depoimentos, reconhecimento, confissão e demais provas materiais, indiciamos a nacional Cileide Moussallem Rodrigues pela prática do delito de Injúria tipificado no Art. 140 caput do CPB, Difamação tipificado no Art. 139 do CPB, ameaça tipificado no Art. 147 do CAPUT do CPB, tendo como vítima Maria Paula Litaiff Gonçalves“, narro o delegado, no documento.

O relatório do inquérito policial detalhou que os fatos narrados ocorreram em 11 de novembro do ano passado, por meio do grupo de WhatsApp “Jornalistas AM“, que tinha, na época, 270 membros. Moussallem e Litaiff estavam entre os participantes. Os ataques tiveram início no grupo, após a publicação de uma reportagem sobre Cileide Moussallem na REVISTA CENARIUM, de propriedade da jornalista Paula Litaiff.
“Através de mensagens escritas, Cileide afirmou que, se algo acontecesse com o marido ou filhos dela, a declarante ‘pagaria caro’; e ainda mencionou que pagariam suas filhas; que ela mencionou. De forma clara e direta à declarante e suas filhas e, que seriam alvos de consequências; que as ameaças seguiram com expressões como: ‘Essa imundície vai pagar caro’, ‘Ela vai ter o que merece’, ‘o que me acontecerem até no inferno’, demonstrando uma clara intenção de causar medo e coagir a declarante“, também consta no documento.

Ainda constava no relatório a citação ao áudio vazado dias depois, no dia 13 de novembro, no qual Cileide fala em contratar “pistoleiros” em São Paulo para matar Litaiff.
“[…] Foi publicado um áudio no Portal Imediato, (https://imediatoonline.com/), local, a informação que própria Cileide Moussallem Rodrigues estaria em São Paulo/SP à procura de pessoas para pedir ‘recomendações’ de ‘pistoleiros’ que estivessem dispostos a assassinar Litaiff. Declarou que iria encontrar a declarante, independentemente de ser presa por isso“, foi relatado em outro trecho.