Durante a plenária da Concertação pela Amazônia, Todd Stern, chefe dos negociadores americanos no Acordo de Paris disse que os EUA terão regras para impedir a entrada de produtos ligados ao desmatamento da Amazônia.
Stern relembra que o presidente dos EUA, Joe Biden, durante a campanha, prometeu mobilizar US$ 20 bilhões de fontes públicas e privadas para parar o desmatamento na região amazônica, buscando incentivos e parcerias.
Para ele “não é possível, alcançar as metas do Acordo de Paris, que nós, Estados Unidos, Brasil e todas as nações do mundo endossamos sem manter a Amazônia intacta.”
O negociador americano segue seu discurso dizendo que os EUA não têm “uma barreira para cultivos que crescem ilegalmente em áreas desmatadas na Amazônia” e para isso o país tem que organizar suas cadeias de fornecimento de commodities como soja e carne para garantir cadeias de fornecimento livres de desmate.
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) foi citado no discurso de Stern, como um governante que não está interessado nas ofertas de apoiar a Amazônia e que mesmo Bolsonaro tendo se aliado a Donald Trump, e apontado em suas falas que a mudança do clima seria uma farsa.
Ele ainda disse que existem “muitas nações na região, incluindo Colômbia e Peru, que querem proteger a Amazônia e vão precisar de ajuda internacional”, disse Stern.
“Há também muitos campeões na Amazônia: Estados amazônicos, povos indígenas, comunidades locais, líderes da sociedade civil e empresas brasileiras que querem ter certeza que manterão seu acesso aos mercados internacionais”, concluiu.
A reunião contou com a presença de 155 pessoas, entre elas, os empresários Guilherme Leal e Pedro Passos (fundadores da Natura), José Roberto Marinho (Fundação Roberto Marinho), o apresentador da TV Globo Luciano Huck, o economista Arminio Fraga, ambientalistas e pesquisadores como Ana Toni (iCS), Adriana Ramos (ISA), Tasso Azevedo (MapBiomas) e o arqueólogo Eduardo Neves, indígenas como a deputada federal Joenia Wapichana e políticos como o ex-senador Jorge Viana (PT-Acre) e o governador Flávio Dino (MA-PCdoB).
Com informações Instituto Humanitas Unisinos