O desembargador Elci Simões, do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJ-AM), foi aposentado compulsoriamente na terça-feira (13), com um salário de R$ 52 mil. Ele deixaria o cargo automaticamente no dia 22 de maio, ao completar 75 anos, idade-limite para exercer a função. Simões estava afastado desde fevereiro pela Corregedoria Nacional de Justiça, devido à sua participação em decisões que causaram um prejuízo de quase R$ 150 milhões à Eletrobras.
Durante a sessão de aposentadoria, Elci Simões foi homenageado por colegas, incluindo seu irmão, desembargador Yedo Simões, que destacou seu trabalho exemplar e íntegro ao longo de quase 36 anos na magistratura. O presidente do TJ-AM, desembargador Jomar Fernandes, também elogiou Simões, descrevendo-o como um amigo leal que agora poderá dedicar mais tempo à família.
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O afastamento de Elci Simões ocorreu em conjunto com o juiz Jean Pimentel, após decisões que resultaram no bloqueio de quase R$ 1 bilhão e no pagamento compulsório de R$ 149 milhões de contas da Eletrobras. As alegações de fraude em títulos de créditos emitidos na década de 1960 levaram a Polícia Federal a lacrar o gabinete do desembargador, impedindo o acesso a seus computadores.
Com a aposentadoria, abre-se uma vaga no Pleno do TJ-AM, que será preenchida por antiguidade. A juíza Lia Maria Guedes de Freitas, que atuou como substituta desde o afastamento de Simões, é uma das cotadas para assumir o cargo. Sua aposentadoria encerra uma trajetória de mais de três décadas na magistratura estadual, reforçando o compromisso da Corte com a transparência e o rigor institucional em casos internos.