O prefeito de Manaus, David Almeida (Avante), está sendo investigado pela Polícia Federal (PF) por suspeita de receber propina para favorecer uma empresa em licitações, segundo reportagem do UOL. Um valor que totaliza R$ 100 mil teria sido entregue à Dulce Almeida, irmã do prefeito e secretária municipal de Educação.
A investigação começou David Almeida ser citado em uma escuta telefônica que sugere um suposto esquema de corrupção envolvendo contratos públicos. De acordo com UOL, as informações foram obtidas a partir de interceptações telefônicas realizadas em 6 de março de 2022, como parte de uma apuração sobre sonegação fiscal que tinha como alvo José Antonio, sócio da empresa Tumpex. O caso foi revelado em uma conversa entre José Antonio e outro empresário, onde a suposta propina foi mencionada.
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Um relatório do MPF (Ministério Público Federal), ao qual o UOL teve acesso, aponta que o montante de R$ 100 mil teria sido entregue à irmã do prefeito por José Antonio Marques. Em troca, o empresário teria recebido ajuda para vencer uma licitação de R$ 6 milhões para a Secretaria Municipal de Infraestrutura.
“Nesta conversa, o investigado [José Antonio] afirmou que teria entregado R$ 100.000,00 (cem mil reais) para Dulcineia Ester Pereira de Almeida, atual secretária municipal de Educação de Manaus e irmã do prefeito de Manaus/AM, David Almeida, por possíveis favorecimentos em licitações.”, diz trecho do relatório do MPF.
Em conversa gravada pela PF, o valor de R$ 100 mil também é citado: “Eu [José Antonio] fui e arrumei 100 mil [reais] para ela [Dulcineia Almeida, irmã do prefeito]. Eu juro por Deus que eu arrumei. Aí eu arrumei os 100 mil para ela aí foi quando, foi… depois que ela assumiu, eu lá com ela. Lá na secre.. ela trabalha na prefeitura. Eu duas vezes fui lá com ela”, comenta o sócio da Tumpex em conversa gravada pela PF.
De acordo com a Secretaria de Comunicação de Manaus (Secom), que enviou uma nota à reportagem do UOL, a prefeitura nega veementemente qualquer envolvimento com as acusações. Em contrapartida, a empresa Tumpex, por meio de seu advogado, confirmou que está sob investigação, mas ressaltou o sigilo judicial do processo.
O RDA também teve acesso à nota emitida pela Secom. Confira na íntegra:
“Em resposta à matéria publicada pelo UOL, informamos que a referida investigação está em curso, porém deverá concluir a inexistência de qualquer crime relacionado à gestão, uma vez que nenhuma das declarações dadas por telefone pelo empresário se concretizou.
As falas se resumem unicamente a ligação telefônica para terceiro, que nada tem a ver com a administração pública, na tentativa de vender um falso prestígio, uma vez que em nenhum momento da gestão o mesmo venceu alguma licitação. Este fato é suficiente para encerrar qualquer tipo de insinuação, além do fato de que em 2020 a gestão era outra.
Sobre a suposta reunião no Casarão da Inovação “Hotel Cassina”, se trata de um prédio da gestão pública onde o prefeito realiza diversos atendimentos e reuniões quando está no Centro da cidade. E novamente enfatizamos: o referido empresário nunca ganhou qualquer licitação durante a atual gestão.
Estamos aguardando as conclusões da investigação para impetrar ações no âmbito civil e criminal, contra quem gerou estas falsas afirmações, assim como quem repercutiu, uma vez que não restam dúvidas sobre a ausência de veracidade.
Alertamos ainda para as motivações por trás de um conteúdo requentado e de conhecimento público há anos, sugerido às vésperas da eleição ao UOL. De forma clara, o objetivo é induzir o veículo a erro para uso da manchete em programas eleitorais, distorcendo a credibilidade de quem divulga.
No demais, seguiremos à disposição para dirimir quaisquer dúvidas, uma vez que não cessaremos esforços para combater a desinformação.”
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