Impostos como IPTU e IPVA e a matrícula da escola dos filhos são alguns dos gastos típicos de início de ano que devem ser considerados desde já no planejamento financeiro de 2017.
Para evitar dor de cabeça em janeiro, o primeiro passo é fazer uma radiografia detalhada com todas as despesas que costumam ser pagas no começo de cada ano.
Extratos bancários e faturas de cartão de crédito de 2016 podem ajudar nesse diagnóstico. “Tudo começa olhando pelo retrovisor”, afirma Mauro Calil, especialista em investimentos do banco Ourinvest e fundador da Academia do Dinheiro.
Com esse raio-x em mãos, fica mais fácil de enxergar o peso desses compromissos no orçamento dos primeiros meses do ano.
O desconto para pagamento à vista de impostos costuma valer a pena. Quem tem carro também precisa se preparar para uma possível renovação do seguro, indica Marcos Silvestre, economista e educador financeiro.
Neste fim de ano, pais com filhos em idade escolar podem negociar a quitação antecipada do valor da matrícula e das mensalidades, o que também costuma garantir bons descontos, segundo os especialistas.
Mas é importante se lembrar de outros gastos, como material escolar e uniforme. “Dependendo do colégio, esses itens acabam resultando em uma mensalidade a mais”, afirma Silvestre. Pesquisar preços em diferentes estabelecimentos é sempre uma boa estratégia para a compra do material.
No orçamento dos primeiros meses do ano, deve ser incluída, ainda, a contribuição anual para órgãos de classe, associações ou sindicatos, no caso de profissionais que estejam vinculados a entidades, como a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil).
Quem usou o cartão de crédito para comprar presentes de Natal também precisa considerar o valor da fatura na lista de despesas de janeiro.
Para não correr o risco de extrapolar o volume de gastos planejados para o início do ano, uma alternativa é fazer as compras de Natal com dinheiro ou cartão de débito.
Quem não tem dívidas pode usar parte do 13º salário e de outros recursos extras (bônus, por exemplo) para custear as despesas do começo do ano. “Se a pessoa observar que a renda não será suficiente, uma saída é tentar enxugar alguns gastos”, diz Fernanda Prado, planejadora financeira da Life Finanças Pessoais.
Recorrer a dinheiro poupado também é uma estratégia, mas os especialistas sugerem cautela, afinal o recurso está guardado para emergências e imprevistos.
PLANEJE 2018
Após se organizar para arcar com todos os gastos, a orientação é construir um planejamento financeiro de olho em 2018. “Como ocorrem uma vez por ano, essas despesas devem ser provisionadas”, afirma Angela Nunes Assumpção, planejadora financeira e sócia da consultoria Moneyplan.
Basta dividir o valor de cada compromisso por 12 meses e poupar a quantia ao longo do ano. “No fim de 2017, a pessoa conseguirá quitar, à vista e com desconto, cada uma das despesas do começo do próximo ano, o que é melhor do que ter de correr para o cheque especial”.
O ideal é que o dinheiro seja aplicado em investimentos de baixo risco —títulos públicos que acompanham a taxa básica de juros (Tesouro Selic), CDBs (papéis emitidos por instituições financeiras) ou fundos DI, desde que a taxa de administração seja inferior a 1%.