Uma operação da Polícia Federal (PF) contra o garimpo ilegal no Rio Madeira resultou em cenas de confronto e tumulto em Humaitá, no sul do Amazonas, nesta segunda-feira (15). A ação começou por volta das 7h, com a destruição de balsas e dragas utilizadas na extração de ouro em frente à cidade.
De acordo com moradores, as embarcações foram queimadas pelos agentes federais, o que gerou revolta entre garimpeiros e atraiu dezenas de curiosos para a orla. A tensão rapidamente escalou: a PF utilizou bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha para dispersar a multidão. Vídeos compartilhados nas redes sociais mostram correria, fumaça nas ruas e até momentos de troca de tiros entre policiais e garimpeiros.
Forças integradas e determinação da Justiça
A operação foi autorizada pela Justiça Federal do Amazonas e contou com apoio da Polícia Rodoviária Federal e da Força Nacional de Segurança Pública. Também participaram servidores do Ministério Público do Trabalho (MPT) e do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), que acompanharam as condições precárias de trabalho a que estavam submetidos os garimpeiros nas balsas.
Segundo a PF, a ação integra uma ofensiva iniciada em 2023 contra a mineração ilegal na região, desta vez com atuação coordenada entre diferentes forças de segurança, sob supervisão do Centro de Cooperação Policial Internacional da Amazônia (CCPI Amazônia) e do Judiciário.
Até o meio-dia desta segunda-feira, já haviam sido destruídas 71 dragas nos municípios de Humaitá e Manicoré. Os dados referentes às operações no estado de Rondônia ainda estão sendo consolidados.
Em nota, a PF destacou que a medida atende a ordem judicial e visa coibir a exploração ilegal do ouro no Rio Madeira, que provoca graves impactos ambientais e sociais.
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