O governador do Amazonas, Wilson Lima (União Brasil), criticou nesta segunda-feira (21) os obstáculos impostos à repavimentação da rodovia BR-319, afirmando que é “inadmissível” usar a localização da estrada na Amazônia como justificativa para impedir a obra. A declaração foi feita durante cerimônia de entrega de 369 novas viaturas às polícias Civil e Militar do estado.
“Não aceitamos a justificativa de que não dá para repavimentar uma rodovia que está na Amazônia. Isso é inadmissível, com o tanto que a gente conseguiu avançar em tecnologia, em vigilância e monitoramento. E é possível conciliar sim, desenvolvimento com proteção ambiental”, afirmou Wilson Lima.
A BR-319, que liga Manaus (AM) a Porto Velho (RO), é uma das rodovias mais polêmicas do país devido à sua importância logística e aos impactos ambientais envolvidos. Apesar da pressão política crescente, o projeto ainda enfrenta entraves técnicos e legais relacionados à concessão de licenças ambientais.
Propostas e críticas
Wilson Lima declarou que o Governo do Amazonas está disposto a cumprir todas as exigências ambientais necessárias para tirar a obra do papel. Ele defendeu o uso de tecnologias como portais com chips de monitoramento em veículos para garantir o controle sobre o tráfego e os impactos ambientais.
“Não dá para o povo do Amazonas ficar isolado, não dá para deixar o nosso povo de joelhos sob o discurso de que, se pavimentar a BR-319, vai aumentar o desmatamento, vão destruir a Amazônia. Esse não é um discurso verdadeiro”, disse o governador.
Lima classificou o isolamento geográfico da população do estado como uma injustiça histórica e reforçou que os amazonenses têm o mesmo direito de mobilidade que qualquer cidadão de outras regiões do país.
“Os brasileiros que estão aqui são tão brasileiros quanto aqueles que estão em outras regiões do Brasil, em que o povo lá tem estrada pavimentada, tem internet de qualidade e outros serviços”, concluiu.