BRASÍLIA (DF) – O Ranking de Competitividade dos Estados, elaborado há 14 anos pelo Centro de Liderança Pública (CLP), coloca cinco dos nove Estados das Amazônia Legal nas últimas posições do levantamento, que destaca ainda as maiores quedas dos Estados do Amazonas e Pará, entre 2024 e 2025. O Estado do Amapá figura na última colocação, entre as 27 unidades de federação, seguido do Acre, Pará, Roraima e Maranhão. Apenas Rondônia aparece acima da metade da tabela, em 13º. A reportagem é da Revista Cenarium.
Para a elaboração do ranking, o CLP analisa indicadores considerados fundamentais para a promoção da competitividade e melhoria da gestão pública dos Estados brasileiros, distribuídos em dez pilares temáticos: Infraestrutura, Sustentabilidade Social, Segurança Pública, Educação, Solidez Fiscal, Eficiência da Máquina Pública, Capital Humano, Sustentabilidade Ambiental, Potencial de Mercado e Inovação.
Conforme o relatório técnico publicado pela instituição, nesta quarta-feira, 27, em 2024 o Amazonas ocupava a 11ª colocação no Ranking, mas caiu para 17ª na edição deste ano. O Pará também apresentou uma queda de quatro posições, saindo de 21º para 25º na tabela.
A queda do Amazonas foi influenciada pela nota zero em infraestrutura, que deixou o Estado na 27ª colocação entre os 27 entes federados. O Estado também piorou a colocação no ranking em Educação (-2) e Segurança Pública (-1), Inovação (-11), Potencial de Mercado (-6) e Solidez Fiscal (-4), mas melhorou em índices de Sustentabilidade Social (+1), Eficiência da Máquina Pública e Capital Humano, ambos com melhora de duas posições.
No caso do Pará, que caiu quatro posições, saindo de 21º, em 2024, para 25º, neste ano, o Estado exibiu piora relativa nos pilares de Potencial de Mercado (-7), Sustentabilidade Ambiental (-5 posições), Solidez Fiscal (-4), Inovação (-3), e Educação, Eficiência da Máquina Pública e Segurança Pública (-1 cada), segundo o relatório. A melhora apresentada foi em Infraestrutura com ganho de 3 colocações na tabela.
O Estado de Rondônia, por outro lado, tornou-se o representante da Região Norte mais bem colocado, na 13ª posição em 2025, ultrapassando o Amazonas. Em 2024, Rondônia ocupava o 16º lugar no ranking e a ascensão ocorreu por causa da melhora nos pilares de Segurança Pública (+9), Sustentabilidade Social (+7), Sustentabilidade Ambiental (+6) e Infraestrutura (+2).
O Estado do Mato Grosso manteve a posição de 2024, em 10º lugar, ainda que tenha piorado o desempenho em pilares como Capital Humano, Solidez Fiscal e Eficiência da Máquina Pública. Já o Estado do Tocantins caiu da 15ª para 18ª posição, em 2025, afetado pela queda de desempenho em Infraestrutura, Sustentabilidade Social, Sustentabilidade Ambiental e Inovação, por exemplo.
Em relação à Roraima, mesmo ocupando a 24ª posição no Ranking de 2025, o CLP ressalta que o Estado apresentou melhora em um ano, com ganho de três posições em relação a 2024, quando era o lanterna do levantamento. Segundo o relatório técnico, houve melhoria em pilares como Potencial de Mercado, onde figura em primeiro lugar, e pequenas melhorias em Solidez Fiscal, Sustentabilidade Social e Eficiência da Máquina Pública.
Os Estados do Amapá e Acre, que ocupam as duas últimas posições, vieram de uma piora relativa de um ano para outro. Enquanto o Acre saiu da 25ª para 26ª posição, o Amapá caiu um degrau de um ano para outro, caindo de 26º para 27º no Ranking.
Segundo o CLP, o desempenho amapaense se deve à queda no desempenho nos pilares de Potencial de Mercado (-8 posições), Inovação (-6), Capital Humano (-4), Infraestrutura (-3) e Solidez Fiscal (-3). O Acre perdeu posições nos pilares de Sustentabilidade Ambiental (-3 posições), Infraestrutura (-2); e Educação, Eficiência da Máquina Pública e Potencial de Mercado (-1 cada).
Três regiões concentram melhores índices
Os Estados mais bem posicionados no Ranking de Competitividade dos Estados de 2025 seguem praticamente a mesma lista de 2024, com São Paulo na primeira colocação, seguido de Santa Catarina, Paraná, Distrito Federal, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Espírito Santo. A diferença foi a troca de posições entre Minas Gerais e Espírito Santo, com os mineiros ultrapassando os capixabas.
O Ranking de Competitividade também repete o mesmo cenário dos demais levantamentos, com a concentração dos Estados do Sudeste, Sul e Centro-Oeste na metade superior da tabela, enquanto os do Norte e Nordeste localizam-se abaixo e nas últimas posições. A exceção na edição de 2025 foi o Estado de Rondônia.
O Nordeste também trouxe melhorias no desempenho de dois Estados: o Rio Grande do Norte, que subiu oito posições, saindo a 24ª posição para 16º, neste ano; e Sergipe que saiu de 18º para 12º. A Paraíba continua sendo o Estado mais bem colocado no Ranking, em 11º, subindo uma posição em relação a 2024.
Ao apresentar o resultado do Ranking, o diretor-executivo do CLP, Tadeu Barros, destacou que o levantamento é “uma poderosa ferramenta para balizar as ações dos governos estaduais e apoiar a elaboração de políticas baseadas em evidências”.
“Com ele, o desafio da construção de um Estado com elevados padrões socioeconômicos se torna mais factível. A competitividade de um Estado está diretamente ligada à capacidade de ação dos seus líderes públicos. O ranking veio oferecer as bases para a construção do legado de competitividade para aqueles governos que assim desejam fazer”, concluiu Barros.
Veja o estudo completo: Relatorio_tecnico_2025_08_20-2
VIA REVISTA CENARIUM
