Sempre cobrada pela adesão ao um modelo biotecnológico, a Zona Franca de Manaus (ZFM) surpreendeu o mercado com o anúncio de que passará a produzir tecnologia e inovação militar. Com a criação do Conselho de Indústria da Defesa da Amazônia (Condefesa), na última semana, o Polo Industrial de Manaus (PIM) a ser parte de uma nova estratégia nacional com a implementação da Base Industrial de Defesa (BID) na região amazônica.
O Condefesa Amazônia foi formalmente instalado no último dia 23 de setembro, uma parceria entre o Exército Brasileiro, a Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (FIEAM) e o Centro das Indústrias do Estado do Amazonas (CIEAM), que sediou o evento. Estiveram presentes o Chefe do Estado-Maior do Exército, General Richard; o Comandante Militar da Amazônia, General Costa Neves; e os presidentes da FIEAM e CIEAM, Antônio Silva e Luiz Augusto Barreto.
A criação do Conselho visa agregar a ZFM à Base Industrial de Defesa (BID), formada por diversas indústrias que fornecem produtos de alto nível tecnológico para as forças armadas. De acordo com o Cieam, há um mercado aproximadamente dois milhões de usuários dos produtos que poderão ser produzidos.
“Essa indústria é extremamente geradora de oportunidades para o desenvolvimento do nosso país e para a geração de emprego e renda e vida digna para as pessoas que dependem dos empregos industriais para poderem viver de forma adequada no nosso país”, explica Luiz Augusto Rocha, presidente do Conselho Superior do Cieam e vice-presidente do Condefesa.
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Com isso, além de fortalecer a BID, o Condefesa indica uma estratégia de autonomia de produção de equipamentos de necessidade para a Defesa do país. “É importante mencionar a importância da indústria de defesa para o país. A indústria de defesa, pelas circunstâncias que são conhecimento de todos, dos conflitos geopolíticos, cada vez mais, a indústria de defesa será fundamental para a soberania, para a defesa da soberania dos países. E ter uma indústria forte é também um dos requisitos essenciais para a manutenção dessa soberania”, avalia Rocha.
Além de fortalecer e impulsionar a Base Industrial de Defesa (BID) na região amazônica, o Condefesa visa fomentar o desenvolvimento de tecnologias e equipamentos militares no Polo Industrial de Manaus (PIM) para garantir a manutenção da soberania brasileira na Amazônia, conforme o Cieam. Com isso, gerar empregos, desenvolver novas tecnologias e fortalecer a segurança nas fronteiras, diminuir a dependência de importações de equipamentos militares, promovendo a autonomia tecnológica do Brasil e impulsionando a produção de tecnologias sustentáveis e de inovação no campo militar.
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Embora ainda não esteja claro quais empresas passarão a fornecer tecnologia militar, a ideia é integrar empresas instaladas no Polo Industrial de Manaus (PIM), que têm know-how e capacidades tecnológicas para desenvolver produtos voltados para a Defesa. Estas empresas trabalharão em parceria com as Forças Armadas e a academia amazonense.
Para consolidar essa indústria, o Condefesa também estimulará a transferência de tecnologias e o desenvolvimento de soluções inovadoras para a defesa nacional, com participação de grandes institutos tecnológicos.
Em relação ao tipo de produção, o Condefesa promoverá a produção de tecnologias de defesa como drones e sistemas autônomos, equipamentos com inteligência artificial, tecnologias voltadas para segurança cibernética, e desenvolvimento de sistemas sustentáveis. Além disso, produzir soluções inovadoras para telecomunicações e logística, com foco na proteção das fronteiras e combate a crimes transnacionais, como o tráfico de drogas e crimes ambientais.