Estudante de medicina identificado como Denis Nelson de Oliveira, natural de Manaus, está sendo acusado por um grupo de fotógrafos do Amazonas que afirmam ter sido vítima de um golpe envolvendo a compra de equipamentos audiovisuais pela empresa Refúgio das Lentes, da qual o mesmo é o responsável. De acordo com informações das vitimas, o prejuízo totaliza cerca de R$ 100 mil em compras de câmeras, lentes e outros produtos.
A fotógrafa Yasmin Cadore, relatou através das suas redes sociais que havia comprado uma câmera fotográfica da empresa Refúgio das Lentes no valor R$ 13 mil. Yasmin explicou que através do Instagram, Denis estava fazendo uma promoção de Black Friday, vendendo produtos com preços atrativos. Ela afirmou que, por meio do seu post nas redes sociais, recebeu mensagens de diversos outros profissionais que também foram lesados.
” Eu conheci esse Instagram por meio de uma indicação de amigos que já haviam comprado e os equipamentos chegavam normalmente, e muita gente recomendava. Porém esse mês ele lançou uma Black Friday, e muitas pessoas compraram dele. Algumas clientes compraram até oito meses atrás e não receberam, mas ninguém tornou público o golpe”, relatou Yasmin.
Em conversa com o Redação Amazônia, Yasmin relatou que Denis entrou em contato por meio de ligação solicitando a retirada do Boletim de Ocorrência, e pedindo que os posts fossem apagados. Em uma tentativa de negociação com Yasmin, a mesma explicou que não houve acordo.
O produtor audiovisual Lucas Paulino, de Parintins, também foi lesado, acumulando um prejuízo de R$ 23.500. Ele contou que, inicialmente, Denis alegou que o produto adquirido havia sido apreendido em Manaus pela Polícia Federal. Lucas chegou a confirmar a veracidade da informação e tentou negociar com Denis para pagar uma possível multa que liberaria o equipamentos começou a ficar me enrolando. Disse que ia ressarcir o meu valor.
Aí ele sumiu. Tenho mês que ele disse que ia começar a me devolver em equipamentos, para descontar o valor. Por isso ainda não fiz (Boletim de Ocorrência)”, relatou Lucas.
As vítimas informaram que vão levar o caso as autoridades policiais do Amazonas e do Paraná, onde ele estaria morando e cursando medicina em Foz do Iguaçu.
Nota de esclarecimento
Em nota de esclarecimento, Denis Nelson de Oliveira destacou ao RDA que, por conta do diagnóstico recente de câncer, passou por dificuldades financeiras e precisou vender seus equipamentos fotográficos para conhecidos em Manaus. Sobre as acusações de golpe, o fotógrafo pontuou que entrou em contato com os clientes para tentar chegar a um acordo.
Confira a nota na íntegra:
“Meu nome é Denis Nelson de Oliveira e gostaria de abrir meu depoimento.
Há quase um ano, fui diagnosticado com câncer e precisei amputar minha perna. Diante da dificuldade de conseguir um emprego e da necessidade de me sustentar, comecei a vender equipamentos fotográficos para alguns conhecidos em Manaus. Nunca tive a intenção de expandir o negócio, mas ele foi crescendo aos poucos e conquistando um público maior. Para todos aos que eu vendi a longo desse meses, todos tiveram uma ótima experiência de compra. Infelizmente a essas pessoas que abriram b.o contra mim as vendas foram interrompidas por perdas a qual fugiram do meu controle.
Bruno, reconheço que algumas pessoas tiveram prejuízos. No entanto, muitos clientes tiveram uma ótima experiência comprando comigo, adquirindo seus equipamentos por um preço competitivo e com entrega rápida. Um exemplo é Thiago Oliveira, que fez três compras comigo: a primeira foi uma câmera, entregue com sucesso; a segunda, uma lente, também entregue conforme o combinado; e a terceira foi uma outra câmera, que atualmente está sob custódia das autoridades e provavelmente será leiloada. Minha intenção jamais era enganar alguém, jamais faria isso com pessoas que me conhecem e que já compraram comigo nem com ninguém, como o próprio Thiago e o Bruno, um dos prejudicados.
Nos últimos dois meses, perdi o controle da situação quando várias mercadorias começaram a ser retidas. Fiquei desesperado com a situação em que me encontrava: sozinho, com deficiência e sem condições financeiras para cobrir esses prejuízos. O valor mencionado de R$100 mil não é verídico; está longe disso.
Já entrei em contato com os clientes para tentar chegar a um acordo, mas alguns recusaram e continuam publicando conteúdo sobre mim em sites.
Sou uma pessoa de boa índole, estudo Medicina, sou um bom filho, cristão, e decidi parar com esse trabalho justamente para evitar que mais pessoas tivessem prejuízo. Minhas contas bancárias foram bloqueadas, e alguns boletins de ocorrência foram registrados em meu nome.
Estou à disposição para resolver a situação, mas, mesmo assim, algumas pessoas preferem fazer postagens como forma de reivindicação.
Tenho muito a esclarecer, mas esse é o começo. Agradeço pela oportunidade e me coloco à disposição para qualquer outro esclarecimento.”