MANAUS (AM) – O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou em pronunciamento no Museu da Amazônia (Musa), Zona Leste de Manaus, neste domingo, 17, que ninguém pode reverter o que chamou de “revolução da energia limpa“, em referência a formas de energias renováveis que não causam poluição atmosférica.
Joe Biden aterrissou no Aeroporto Internacional de Manaus por volta das 13h30 (horário de Brasília) deste domingo, para uma cumprir agenda de cerca de quatro horas na capital. A programação inclui um sobrevoo pela cidade junto ao cientista Carlos Nobre, professor da Universidade de São Paulo (USP), e visita ao museu, onde conversou com lideranças indígenas.
No local, ele fez um discurso, citando a possibilidade de aliar desenvolvimento sustentável e economia, além de afirmar que deixou seu País estruturado com investimentos em energia limpa. Biden, que deixa o cargo em janeiro de 2025 para o sucessor, Donald Trump, acrescentou ainda que a revolução da energia limpa já está acontecendo, e não é possível revertê-la.
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“Não é segredo que deixarei o cargo em janeiro. Deixarei para meu sucessor e para meu país uma base sólida para construir, caso decidam fazê-lo. É verdade que alguns podem tentar desviar do caminho ou desacelerar a revolução da energia limpa que está em andamento na América. Mas ninguém, ninguém pode revertê-la. Ninguém. Não quando tantas pessoas, independentemente de partido ou política, estão desfrutando de seus benefícios. Não quando países ao redor do mundo estão aproveitando a revolução da energia limpa para avançar por conta própria“, declarou.
O presidente ainda falou sobre Amazônia. “Costuma-se dizer que a Amazônia é o pulmão do mundo. A Amazônia é o pulmão do mundo. Mas, em minha visão, nossas florestas e maravilhas naturais são o coração e a alma do mundo. Elas nos unem. Elas nos inspiram. Elas nos enchem de orgulho pelo patrimônio de nossos países. São uma ponte para o passado e para o futuro. Um legado que passamos de geração em geração. A Floresta Amazônica foi formada ao longo de 50 milhões de anos. A história literalmente nos observa agora. Então, vamos preservar este lugar sagrado, em nosso tempo e para sempre, para o benefício de toda a humanidade“, concluiu.
Agenda
No Musa, Biden assinou proclamação dos EUA designando 17 de novembro como o Dia Internacional da Conservação, além de anunciar o aporte de mais US$ 50 milhões (R$ 289,5 milhões) no Fundo Amazônia, constituído por recursos — boa parte deles de origem internacional — para conservação da floresta amazônica no Brasil.
No local, o presidente americano se encontrou com diretor-geral do Musa, Filippo Stampanoni; o diretor do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), Henrique dos Santos Pereira; a pesquisadora do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), Dra. Camila Ribas; o CEO da Mombak, empresa de reflorestamento e remoção de carbono, Peter Fernandez.
Além deles, estiveram presentes três lideranças indígenas: Altaci Kokama, do Amazonas; Kelliane Wapichana, de Roraima; e Simone Xerente, de Tocantins.
Compromissos
Antes de chegar em Manaus, Biden esteve em Lima, no Peru, onde participou da reunião da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec). Da capital amazonense, ele segue ao Rio de Janeiro, ainda neste domingo, para participação na cúpula do G20, da qual o Brasil é anfitrião.
A cúpula ocorre na segunda, 18, e na terça, 19, dia em que o presidente norte-americano terá um almoço de trabalho com o presidente Lula (PT), conforme a agenda divulgada pela Casa Branca.