Os vereadores da base do prefeito David Almeida (Avante), Dione Carvalho (Agir) e Raulzinho (MDB) protagonizaram um bate-boca na sessão plenária da CMM (Câmara Municipal de Manaus) desta terça-feira, 25.
De um lado, Dione pediu para exibir um vídeo sobre a morte do sargento da PM-AM (Polícia Militar do Amazonas), Adilson Pinto de Castro, 38, que morreu após ser espancado e torturado no bairro Nossa Senhora das Graças, zona Centro-Sul de Manaus. Do outro lado, presidindo a sessão, o vereador Raulzinho negou permissão ao colega de plenário, citando orientação da Procuradoria Legislativa da CMM.
Raulzinho afirmou que havia uma preocupação de que o conteúdo pudesse mostrar a imagem de um “meliante” ou o rosto de uma pessoa morta.
Dione reagiu e afirmou ter se sentido marginalizado mesmo sendo da “base” de David e fez uma ameaça: tornar-se oposição, argumentando que seu trabalho está sendo barrado.
“Gente, eu estou me sentindo muito mal com essa situação. Todas as vezes que eu coloco um vídeo e olha que eu sou da base, mas estou sendo repreendido pela própria base, estou trabalhando no meu exercício da profissão e eu, sinceramente, se eu não servir mais para o prefeito David Almeida e para a base, eu me torno oposição, senhor presidente (vereador Raulzinho). Porque eu estou trabalhando, estou mostrando, eu quero mostrar o que nós estamos fazendo aqui. E todas as vezes que eu vou colocar alguma coisa, não é permitido, só é permitido com a autorização de vocês. Que história é essa, senhor presidente?”, protestou Dione.
Raulzinho encerrou o debate defendendo que a CMM tem regras e que a comunicação deve ser analisada previamente para preservar a integridade e o respeito às pessoas, vivas ou mortas.
“Com todo respeito, vereador, na Câmara há regras. Você tem uma assessoria de comunicação, com certeza que é muito competente, ela poderia analisar antes de colocar. E eu quero aqui colocar o vídeo de ontem: Vossa Excelência, quando foi colocado o vídeo nesta Casa, estava expondo a face da pessoa morta. Vereador, a gente não pode mostrar nem um animal, avalia um ser humano morto através de um vídeo. Então a Presidência da CMM teve que tomar essa atitude independente de quem seja, situação ou oposição”, explicou Raulzinho.


