O sambista Paulo Juvêncio de Melo Israel, conhecido como Paulo Onça, faleceu aos 63 anos na tarde desta segunda-feira, 26, em Manaus (AM). O artista estava internado em estado grave desde o dia 12 de dezembro de 2024, quando foi violentamente agredido durante uma briga de trânsito no bairro Praça 14.
Segundo imagens de câmeras de segurança, Paulo foi espancado com socos e chutes na cabeça por Adeilson Duque Fonseca, que fugiu do local após o crime e se entregou à polícia três dias depois. O sambista precisou passar por uma cirurgia de emergência para a remoção de um coágulo cerebral, mas não resistiu às sequelas.
Com mais de 45 anos dedicados ao samba, Paulo Onça era uma figura emblemática do Carnaval de Manaus e tinha reconhecimento nacional. Além de compor sambas para escolas de samba locais, ele também deixou sua marca no Carnaval carioca, com passagens por escolas como o Salgueiro e a Grande Rio.
Natural de Manaus, Paulo começou sua trajetória musical aos 16 anos, tornando-se um dos principais nomes da escola de samba Vitória Régia. Em 1990, compôs o samba-enredo Nem Verde Nem Rosa, que levou a escola à vitória naquele ano. No mesmo ano, assinou em parceria com Quinho e Mestre Louro um samba para o Salgueiro, que alcançou o 7º lugar no Carnaval do Rio de Janeiro, com um enredo sobre Parintins.
Em 2017, voltou à Sapucaí com um samba para a Grande Rio em homenagem à cantora Ivete Sangalo, composto ao lado de Kaká, Alan Vasconcelos, Dinho Artigliri, Rubem Gordinho e Marco Moreno.
Ao longo da carreira, teve canções interpretadas por grandes nomes da música brasileira, como Jorge Aragão, Zeca Pagodinho, Leci Brandão, Dudu Nobre e o grupo Exaltasamba.
O legado de Paulo Onça permanece vivo entre sambistas e amantes do Carnaval, que agora se despedem de uma de suas vozes mais marcantes.