Andréa Vieira, da REDAÇÃO AMAZÔNIA
De janeiro de 2021 à outubro de 2023, os prefeitos do Médio Solimões por onde passa o gasoduto Coari-Manaus turbinaram os seus cofres com mais de R$ 589 milhões referentes aos royalties recebidos da Petrobras. David Almeida, Keitton Pinheiro, Augusto Ferraz, Tonho Santos, Tico Braz, Regis Nazaré, Beto D´Ângelo e Chico Belo já divulgaram que irão buscar a reeleição ou tentarão manter seu grupo político no poder em 2024. Os valores recebidos pelos municípios estão disponíveis no Portal da Transparência do Tesouro Nacional, clique aqui.
De acordo com o Governo Federal, municípios do Amazonas foram beneficiados com os royalties que são compostos por repasses da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustível (ANP), Projeto de Educação Ambiental (PEA), Fundo Especial do Petróleo (FEP) e a Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFM). Os royalties são uma compensação financeira devida à União, estados e municípios beneficiários pelas empresas que produzem petróleo e gás natural no território brasileiro. Entenda aqui.
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Na lista, o grande beneficiário foi o prefeito de Coari, Keitton Pinheiro, que engordou o orçamento público com mais de R$ 361,7 milhões oriundos dos royalties. É em Coari que fica a maior reserva de petróleo e gás em terra, denominada Província Petrolífera de Urucu. Coari arrecadou em 2021, R$ 123,7 milhões; em 2022, R$162,7 milhões; e R$ 75,3 milhões em 2023.
Ao ser questionado sobre as eleições de 2024, Keitton Pinheiro já divulgou que não será candidato e irá apoiar a volta do seu tio, o ex-prefeito Adail Pinheiro, ao poder do município.
Em segundo lugar, aparece a capital amazonense, Manaus, com mais de R$ 72,5 milhões arrecadados desde 2021. No primeiro ano, o repasse foi de R$ 20,9 milhões. Já em 2022, o valor saltou para R$ 31,7 milhões. Até outubro de 2023, cerca de R$ 19,8 milhões engordaram os cofres da gestão do prefeito David Almeida que irá buscar a reeleição no próximo ano.
Em terceiro lugar está o município de Iranduba com R$ 27,7 milhões recebidos nos últimos três anos, sendo R$ 10,2 milhões em 2021, R$ 11,09 milhões em 2022, e R$ 6,33 milhões até outubro de 2023. Augusto Ferraz, que já foi deputado estadual em duas oportunidades, 2014 e 2018, vai buscar a reeleição no próximo ano.
Localizado a 240 quilômetros a oeste de Manaus, o município de Codajás ficou em quarto no ranking dos royalties. A gestão do prefeito Tonho Santos turbinou os cofres com R$ 27,4 milhões. Em 2021, foram pagos R$ 9,8 milhões, em 2022, R$ 11,2 milhões, e R$ 6,2 milhões em 2023.
Em seu segundo mandato como prefeito de Caapiranga, Tico Braz recebeu do Governo Federal em 2021, R$ 9,8 milhões, em 2022 foram R$ 11 milhões, e em 2023 R$ 6,2 milhões, totalizando R$ 27,1 milhões.
Mais de R$ 25,4 milhões engordaram as finanças do município de Anori. A gestão de Regis Nazaré recebeu os repasses de R$ 7,9 milhões, em 2021, R$ 11,1 milhões em 2022, e R$ 6,3 neste ano.
Terceiro maior município da região metropolitana de Manaus, a cidade de Manacapuru, administrada nos últimos sete anos pelo prefeito Beto D´Ângelo, arrecadou mais de R$ 24,6 milhões em royalties do petróleo. Foram R$ 3,5 milhões em 2021, R$ 13,8 milhões em 2022, e R$ 7,2 milhões em 2023.
Fechando a lista aparece o município de Anamã, localizado a 165 quilômetros a oeste de Manaus, onde o prefeito Chico do Belo já anunciou que irá tentar eleger a nora, que é presidente da Câmara Municipal, a vereadora Jessica Conegundes. A gestão recebeu o aporte de R$ 13 milhões em 2021, R$ 22,34 em 2022, e R$ 12,59 em 2023, totalizando R$22,4 milhões em royalties do petróleo.